Paraíso do mergulho em Açores

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Pela conservação privilegiada de um ecossistema único, o ecoturismo, especialmente o mergulho, é um dos principais atrativos do arquipélago dos Açores. As paisagens submarinas, com seus declives acentuados e compostos de cavernas e arcadas, abrigam uma grande diversidade de fauna marinha, com algas, cardumes e peixes difíceis de se ver em outros lugares. A excelente visibilidade (dá para ver até 30 metros, o que é pouco comum) é um fator adicional para fazer das Açores um dos destinos privilegiados de mergulhadores do mundo todo. Ainda no verão, entre os meses de junho e setembro, as temperaturas das águas são mais altas, entre 17 e 24 graus.

O arquipélago dos Açores é composto de nove ilhas vulcânicas principais, cada uma com várias outras ilhotas ao redor. Está situado bem no meio do Oceano Atlântico, a uns 1,5 mil quilômetros da costa européia e 3,9 mil quilômetros da costa dos EUA. Antiga colônia, hoje é um território autônomo de Portugual, com pouco mais de 240 mil habitantes, e integrado à União Européia.

Para desfrutar dos passeios pelos mares açoreanos é preciso recorrer aos serviços oferecidos nas ilhas, como aluguel de barcos e botes, além dos equipamentos. Há dois passeios comuns, por cima e por debaixo do mar. Alugando-se um barco, dá para percorrer toda a península em pouco mais de quatro horas. É importante levar máquinas fotográficas e filmadores para registrar animais que surgem próximos, como os golfinhos, baleias, tartarugas e outras espécies. Se optar pelo mergulho, quase sempre terá de alugar um bote que transporte de uma ilha principal às pequenas ilhotas (dura em média 30 minutos até chegar ao local). São nestas pequenas ilhas que estão os santuários mais conhecidos para mergulho (o preço dos aluguéis do barco/bote ficam entre 35 e 50 euros).

Para começar, a recomendação é Graciosa, uma das ilhas principais: é ideal para iniciantes. Indo aos poucos, vá em direção à Baía da Poça, ainda não muito profunda. Aproveite para ver ali a fauna característica com os sargos e os congros. Então chegue em Ilhéus do Carapacho, que fica a cinco quilômetros. Lá há rochedos cobertos por anêmonas, e também salemas, sargos, peixes-rei e foliões nalgumas grutas.

Passado o primeiro estágio de conhecimento dos pontos de mergulho em Graciosa, vá para Flores, outra ilha principal. Lá há ilhotas com points de mergulho mais profundos, como a Baixa de São Pedro e a Baixa dos Morros (entre 20 e 30 metros). Ali os declives são acentuados, com peixes-balão, moreias-pretas, moreões, abróteas e cavalos marinhos. Nas pontas do declive vê-se bicudas, lírios, serras e “bolas” de chicharro. Quando a coragem aumentar, então escolha Ilhéu de Monchique, para um mergulho de até 43 metros de profundidade, que exige cuidados com as correntezas.

Em São Miguel, a terceira ilha principal, o point mais badalado é a Ilhéu de Vila Franca. Como é mais próxima e segura, tem muita gente. É possível encontrar ouriços do mar, bicudas, anchova, atuns, pequenos tubarões de várias espécies, raias e espadartes, entre muitos outros.

Quem deseja ver restos de naufrágios deve ir à Navio Dori, uma ilhota onde está afundado, há mais de vinte anos, o navio que lhe confere o nome – mas é preciso tomar cuidado, pois o casco corre risco de despencar. Mas se quiser ver grutas, então desembarque em Ponta da Galera: são 30 metros de profundidade, onde é possível mergulhar por dentro das cavernas, repletas de peixes-balão, salmonetes, entre outros. A flora dominante são as asparagopsis armata, um tipo de alga vermelha.

A ilha Terceira é onde está o porto. A opção mais arrojada é a Baía de Angra, que tem a entrada pelo cais do Clube Naútico de Angra do Heroísmo. É nela que está o famoso Cemitério das Âncoras: restos de navios e de áncoras perdidas, testemunho de um histórico de ancoragens mal sucedidas. Há moreias, besugos, costureiras e lírios.

Para encerrar, o nível mais avançado e perigoso de toda Açores: Pico. É a partir dela que se pode percorrer oito quilômetros até a pequena ilha chamada Baixa do Canal, que resguarda um dos níveis de conservação mais intactos do arquipélago. Agora é a vez das vajas, garoupas, jamantas, encharéus, não se esquecendo dos marinhos de grande porte como baleias, golfinhos e tubarões.

Para mais informações: www.interpoint.com.br

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