por Vera Möller
Lembramos muito do país na época do inverno, onde as diversas estações de esqui estão “bombando”. Fui em setembro, à convite do Escritório de Turismo da Suíça, considerado baixa temporada e tive uma grata surpresa em diversos sentidos.
Época onde as temperaturas ainda estão amenas e as paisagens com fortes tons verdes contrastando com inúmeras jardineiras de flores sempre exuberantes. Cruzamos praticamente a Suíça de uma ponta à outra, toda de trem. Desde Pontresina, ao lado de St. Moritz à Lausanne. O lado de influência alemã apresenta aquelas paisagens típicas de cartão postal. O engraçado é que não cansa e, continuamos a fotografar todas as lindas casinhas que vão passando como um filme.
Uma coisa que chamou atenção, foi a quantidade de pessoas fazendo caminhadas ou passeios de bike. Crianças, jovens e mesmo pessoas de mais idade. Os trens tem espaço reservado para as bicicletas, nos teleféricos também é permitido o transporte delas e, em vários cumes de montanhas – como este de Corviglia – indicam o percurso e tempo de duração das trilhas.
Em Pontresina ficamos hospedados no Kronenhof Pontresina, excelente hotel com serviço impecável. O jantar, permite a opção de sistema de buffet, uma verdadeira viagem gastronômica nas diversas especialidades suíças. Para quem prefere algo mais intimista, o hotel oferece outro espaço de 2 estrelas do guia Michelin.
Um passeio imperdível é embarcar no Bernina Express em viagem panorâmica até Tirano, divisa com a Itália. É necessário reservar assentos, pois a procura é muito grande.
Seguimos até Alp Grüm para observar um glaciar e retornamos a Morteratsch, onde fizemos uma pequena caminhada para abrir o apetite. O bom observador pode notar morangos silvestres ao longo do caminho. Para o almoço, na “Alpine Cheese Diary” a pedida é comer ao ar livre, uma divina tábua de queijos de fabricação própria e frios da região. Os diversos tipos de pães são um capítulo à parte, crocantes… simplesmente deliciosos.
Lucerna, dispensa apresentações. A famosa ponte de madeira com jardineiras carregadas de gerânios floridos. As vielas da cidade antiga, hoje, cheias de lojas e locais de agito. Outra vantagem nesta época do ano é aproveitar o fim da tarde e início da noite, que aliás, ainda está clara.
Para quem gosta de cair na noite, a pedida é o “Rok” ao lado do Hotel Flora na Seidenhofstrasse, 5. Começa às 23h e fecha às 12h.
O Museu do Transporte – é o passeio que mais me impressionou. É fantástico e recomendo para todos, de todas as idades! O acervo é ímpar, desde bondinhos ainda puxados por cavalos, locomotivas capazes de remover toneladas de neve em segundos à simuladores de condutores de trens e aeronaves. Estes são bastante procurados pelo público e chega a fazer fila para testar as habilidades.
Se o dia estiver ensolarado, a sugestão é pegar um trem até Engelberg e, de gôndola subir o Titlis. A vista é maravilhosa, e mesmo no alto ouve-se o badalar dos famosos sinos das vacas suíças. Opções de caminhadas ou mesmo dar umas remadas em barcos alugados no local.
Outra opção que vale muito a pena é embarcar em outro trem para subir o Jungfraujoch, um dos pontos mais altos da Suíça.
O trecho final é feito em túnel que levou 16 anos para ser concluído, obra de grande desafio para a época.
Já no alto, o complexo oferece boas opções para almoço. O ponto alto é dar uma volta no páteo externo, que, com vento pode chegar a temperaturas extremamente baixas.
O Museu do Gelo, nos remete ao filme “Era do Gêlo” com o esquilo e sua noz congelados na parede.
As paisagens são impactantes, um glaciar que dá inicio no alto e segue vale abaixo. Maçicos parcialmente cobertos por neve e vales com florestas verdes.
A chegada na parte francesa da Suíça é bastante nítida. Os chalés dão lugar a inúmeros parreirais. Chegamos à região do vinho suíço, ainda pouco difundido no Brasil.
A sugestão é visitar uma vinícola e fazer uma degustação de brancos e tintos. Descemos na estação de Grandvoux e em poucos minutos chegamos à Domaine Croix Duplex. A experiência é deliciosa com direito a uma vista especialíssima do “Lac Léman”.
Logo em frente à estação, almoce no Auberge de La Gare. Frequentada pelos locais, o ambiente é descontraído e as comidinhas, deliciosas.
Definitivamente um dos pontos altos da viagem! A casa é dirigida por um simpático casal, ela supervisiona o ambiente e ele, pilota o fogão com alguns ajudantes. Nota-se a riqueza de detalhes em todos os cantos e cantinhos.
Comi “Filets de perche frech du Lac Léman”, tenros filets de pequeno peixe típico da região. Hmmm…só não esqueça de reservar espaço para a sobremesa! Pana Cotta au coulis de pruneau ou uma torda de damasco que não estava no cardápio.
Hmmmmmm….nhami, nhami! Dos Deuses!
Seguimos de trem para Lausanne. Tudo é pertinho, e claro funciona com precisão de um relógio suíço!
Cidade cheia de jovens, alegre e colorida. Se der sorte, assista a um concerto de órgão na Catedral. O centro antigo é cheio de vielas, prontas para serem exploradas. Entre numa das inúmeras doçarias e deguste o verdadeiro marzipan. As vitrines são de dar água na boca.
Foi um privilégio se hospedar no Hotel Beau Rivage Palace, na beira do lago “Lac Leman”. Prato cheio para quem gosta de requinte, como para os amantes da arte. São obras de artistas espalhados pelos diversos ambientes e esculturas que compõe o jardim.
Café da manhã servido no salão, integrado à natureza.
Prove um aperitivo no “Bar”, super badalado e frequentado pelos locais.
Já em Genève, aproveite para visitar o Museu Patek Phillipe. O acervo é incalculável. Um passeio pela história onde as tendências de moda se encontram com a precisão da relojoaria suíça.
O centro antigo merece uma visita. Próximo de lá, uma igreja ortodoxa que por instantes nos faz pensar que estamos na Rússia.
Nossa visita ao Museu da Cruz Vermelha ficará na memória.
Recentemente o museu sofreu uma grande reforma. Foi concebido um novo conceito museográfico aliado ao que há de mais moderno em tecnologia. O espaço foi dividido em três setores distintos: “Defendendo a Dignidade Humana”, “Restaurando Laços Familiares” e “Reduzindo Riscos Naturais”, sendo que o primeiro tema foi desenvolvido pelo arquiteto Brasileiro, Gringo Cardia. Fantástico!
Depois, a sugestão é almoçar em bistrô na praça “des Alpes”, em frente ao maravilhoso lago, observando os locais.
Zürich, cidade de elegantes e endinheirados. As vitrines são uma tentação! O centro antigo foi preservado na época da guerra, não sofrendo nenhum tipo de agressão. Passeie na beira do canal, apreciando o “joir vivre”. Há inúmeros bons restaurantes, e, para um café ou chá da tarde visite uma das mais conhecidas casas de doces “Conditorei Pèclard”… tortas, doces, chocolates, geléias.. um sonho!
Se por acaso estiver em Zürich num domingo, procure estar perto do Rathaus (Prefeitura de Zürich) . Às 9h da manhã, as igrejas da região iniciam um verdadeiro concerto ao badalar os sinos.
Boa viagem!