Cusco, antiga capital Inca

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Quando o historiador e cronista Garcilaso de la Veja relatou em seu célebre livro “Comentarios Reales” (1609) que o nome da cidade de Cusco (Qosqo, em quéchua), no Peru, significava umbigo do mundo, não podia imaginar que a denominação fosse cair tão bem 400 anos depois. Se no passado a capital do Império Inca foi um importante centro de peregrinação, onde convergiam diversos caminhos que se estenderam por boa parte do continente sul-americano, na atualidade, ela é ponto de encontro de viajantes de todos os cantos do planeta que estão em busca de cultura, aventura e festa.

Mais de um milhão de turistas chegam por ano ao Vale de Cusco, na Cordilheira dos Andes, para conhecer a cidade vigente mais antiga da América. Com suas câmeras digitais a tiracolo, gringos sobem e descem as ladeiras da cidade a fim de garimpar uma história de mais de 3.000 anos. Historiadores divergem sobre qual foi a primeira cultura a habitar a zona. O que é certo é que a civilização inca a transformou, em meados do século 8 d.C, no centro administrativo e religioso do Império Tahuantinsuyo. E, mais tarde, na maior metrópole da América do Sul, antes da dominação espanhola.

No alto de uma montanha e a apenas dez minutos de carro do centro, é possível conferir um dos exemplos mais significativos das construções incas: o Complexo Arqueológico de Sacsayhuamán. O lugar, que teve uma função militar e religiosa, impressiona com seus enormes muros de pedras de até cinco metros de altura e 300 toneladas de peso. Após o passeio, fica aquele clima de mistério no ar: como os incas construíram obras tão complexas há centenas de anos?

Exploradores espanhóis não refletiram muito sobre essa questão quando chegaram ao “umbigo do mundo”. Pois, em nome da conquista da região, destruíram boa parte das edificações incas que viram pela frente. Depois, para reforçar sua soberania, levantaram prédios nos estilos barroco e renascentista sobre suas ruínas. O curioso é que dessa guerra surgiu uma arquitetura própria, que mistura muros de rocha incaicos com casas coloniais e suas típicas sacadas de madeira entalhada. As históricas construções hoje abrigam igrejas, museus, restaurantes modernos, lojas, agências de viagem, atraindo os visitantes que circulam pelas ruas estreitas e empedradas da antiga capital.

A rua mais popular de Cusco, declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, é a Hatunrumiyoc, onde está o Palácio Arzobispal (atual Museu de Arte Religiosa). Está sempre lotada de gente que quer ver o muro que serviu de base para a construção espanhola. Não à toa, o tal muro é uma obra-prima de pedras gigantes milimetricamente recortadas e encaixadas. Um dos lugares que deve concentrar o maior número de turistas por metro quadrado do mundo é a Plaza de Armas de Cusco. As igrejas La Catedral e Compañía de Jesus, localizadas ao seu redor, aparecem em todo álbum de fotos de que um dia já passou pela cidade.

Mas o mais interessante de se fazer em uma estadia em Cusco é ir além da história oficial e do blábláblá dos guias e conhecer o lugar pelos costumes da sua gente. Fugindo das centenas de restaurantes turísticos que existem na cidade, é possível se sentir um pouco cusquenho em uma das tradicionais chicherías e picanterías. Ou provando a famosa chicha de jora, bebida alcoólica andina fermentada à base de milho.

Outra forma de se acercar das tradições do lugar é participando de um Pago a la Tierra, ritual da religião andina realizado há séculos e, principalmente, no mês de agosto. O culto consiste em presentear a La Pachamama ou Madre Tierra com uma oferenda que contém folhas de coca, vinho, sementes, etc. O mesmo pago serve também para os Apus, os espíritos das montanhas. A coca é uma planta sagrada que tem a função de mediar o mundo de dentro (dos Apus e da Pachamama) e o mundo de fora (dos homens). Mas, olho. Há várias agências de viagens associadas a xamãs que muitas vezes são estrangeiros e não os próprios líderes espituais das comunidades, propondo a cerimônia dentro de pacotes como Peru Mágico, Cusco Místico. Nesses casos, os rituais costumam ficar falsos, subestimando a própria fé andina.

Os arredores de Cusco também permitem passeios incríveis. Além de conhecer importantes sítios arqueológicos como Pisac, Ollantaytambo e Moray, é uma ótima pedida para quem procura natureza e adrenalina. Sem contar Machu Picchu e o Caminho Inca e as excursões que aliam história e aventura. Há que ter fôlego para conhecer a antiga cidade dos Incas, localizada a 3.400 metros sobre o nível do mar. Muito chá de coca para espantar a soroche, o mal estar que dá em lugares de grandes alturas, e garantir a energia.

Para mais informações: www.interpoint.com.br

Fonte: Uol

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